quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Informações sobre Células Estaminais:

As células estaminais são células indiferenciadas que podem dar origem aos diferentes tipos de células de um organismo. Estas células têm ainda capacidade de se auto-renovar. Isto significa que uma célula estaminal ao dar origem a uma célula mais especializada (diferenciada) dá também origem a uma cópia idêntica de si mesma, e tem também capacidade de se multiplicar aumentando o número de células estaminais (expansão). Existem diferentes tipos de células estaminais.
Durante o desenvolvimento embrionário, estas células especializam-se, originando os vários tipos de células do corpo, desde as células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele, ou mesmo, por exemplo, as células que fazem parte do olho. Mais tarde, no indivíduo adulto, as células estaminais reparam tecidos danificados e substituem as células que vão morrendo.
O exemplo mais conhecido é a substituição dos glóbulos vermelhos do nosso sangue. Estas células desempenham um papel crucial para a saúde e bem-estar de cada um de nós. As células estaminais podem ser usadas em transplantes para curar doenças em que os tecidos foram perigosamente danificados.
Durante a nossa vida não nos damos conta do funcionamento das células estaminais no nosso corpo e na nossa saúde, caso não existissem estas células nós não existiríamos como seres.
As células estaminais nos adultos encontram-se em vários locais, são estas células que nos permitem renovar os tecidos que foram lesionados ou que morreram, desta forma torna-se indispensável o uso destas células para o nosso bem-estar.
Por exemplo as nossas células do sangue renovam-se muitas vezes na nossa vida tal como as da pele, e se não fosse o potencial das células estaminais mesmo em indivíduos adultos este processo não existiria.
Existem vários tipos de células estaminais, com diferentes potencialidades de se transformarem em vários outros tipos de células.

Entre esses tipos de células estão:

Células Totipotentes: células de óvulos fertilizados nos primeiros dias a seguir à fertilização, que dão origem a todas as células encontradas num organismo em desenvolvimento, incluindo a placenta (que alimenta o embrião humano).

Células Pluripotentes: células capazes de dar origem a todos os tipos celulares constituintes de um corpo adulto. As células estaminais embrionárias são consideradas pluripotentes. As células estaminais pluripotentes não conseguem, em circunstâncias normais, dar origem a tecidos “extra-embrionários”, tais como a bolsa amniótica, o córion e outros componentes da placenta.

Células Multipotentes: células estaminais que poderão dar origem a vários outros tipos de células, mas em número limitado. Um exemplo de células multipotentes são as células hematopoiéticas – células estaminais do sangue que se podem diferenciar em vários tipos de células de sangue. Os cientistas há muito que são da opinião que células diferenciadas não podem ser alteradas ou induzidas a comportarem-se de outra maneira que não aquela a que foram conduzidas naturalmente. Novas pesquisas, no entanto, têm questionado estas afirmações e está a ser desenvolvida muita investigação em torno deste assunto.

Células Oligopotentes: São células que só são capazes de originar tecidos dentro da mesma família de células. Ex: células do intestino ou fígado.

Células Unipotentes: Células que só se diferenciam num único tipo de tecido. Ex: células dos músculos.

Células Estaminais Embrionárias

São células que se distinguem por causa de duas propriedades: a sua pluripotencia, e a sua capacidade de se auto-renovarem indefinidamente.
Como estas são pluripotentes, podem diferenciar-se em todos os derivados dos três primeiros folhetos germinativos: ectoderme, endoderme e mesoderme. Estes folhetos incluem os cerca de 200 tipos de células presentes do organismo humano adulto. A pluripotencia distingue as células estaminais embrionárias das adultas.
Adicionalmente, e sobre condições definidas, as células estaminais embrionárias tem a capacidade de se propagarem indefinidamente. Isto permite que estas células sejam usadas em medicina regenerativa, porque elas não tem limite de regeneração e sendo assim podem continuar a ser usadas para a pesquisa ou o uso clínico.
Porém a investigação destas células é controversa, uma vez que se coloca esta questão: é o embrião um ser? Ou um aglomerado de células?
Muitos países não permitem a investigação deste tipo células, por questões éticas que envolvem a religião, partidos conservadores... etc.

As duas fontes de embriões usadas em laboratório:

A maior parte das Células Estaminais embrionárias usadas em investigação é extraída de embriões criados através de fertilização in-vitro. Actualmente, os cientistas trabalham para obter células de embriões produzidos através da clonagem terapêutica, na qual o núcleo, de por exemplo, de uma célula da pele é inserido num óvulo cujo núcleo foi removido. Em ambos os casos, ao fim de cinco dias, transfere-se a massa celular interna do embrião para uma caixa de petri com células de suporte. À medida que as células proliferam, são colocadas em novas caixas de petri. Ao fim de meses, se as Células Estaminais tiveram originado milhões de células saudáveis indiferenciadas, serão referidas como uma linha de Células Estaminais embrionárias.

Células Estaminais Adultas

Estas células tem um potencial muito mais reduzido que as anteriores, podendo apenas originar Células Oligopotentes ou Unipotentes, e recentemente também se descobriu células que tem um potencial Multipotente, como é o caso das células placentárias, umbilicais e as presentes no liquido amniótico.
No entanto estas células podem ser encontradas em todo o organismo, e podem ser usadas para vários fins terapêuticos
A investigação destas células não gera tanta controvérsia como as embrionárias uma vez que são retiradas do organismo adulto com consentimento próprio ou com a permissão parental, sendo por este motivo bem aceites por todos inclusive por instituições humanitárias e religiosas.

Vantagens do uso de Células Estaminais Adultas

O facto de serem retiradas do próprio organismo tornam raros os casos de rejeição, e na maior parte dos casos quando são usadas têm vindo a ser bem aceites e a dar, a muitos doentes, uma nova oportunidade de vida, como o caso da Leucemia.

Desvantagens:

· Embora tenham sido identificados muitos tipos de células estaminais adultas multipotentes, células estaminais adultas que possam originar todos os tipos de células e de tecidos ainda não foram encontradas.
· Estas células poderão também não ter a capacidade de multiplicação que as células estaminais embrionárias possuem dai serem mais limitadas.
· As células estaminais adultas podem ser mais difíceis de isolar e purificar pois muitas vezes estão presentes em quantidades diminutas e outras vezes estão expostas a vários problemas.
· Finalmente, ao longo do seu tempo de vida, as células estaminais adultas podem acumular anomalias no DNA – causadas pela exposição solar, toxinas, e erros na cópia de mais DNA.

Processos de Extracção de Células Estaminais:

Extracção de Medula Óssea:

- A medula óssea é extraída do osso da bacia. Este processo dura normalmente a volta de 30 minutos. Primeiro, é administrada uma anestesia local, na área onde se ira proceder à extracção da medula. Depois, uma pequena agulha é usada para extrair cerca de 150-200 ml de medula óssea. A injecção da anestesia local pode ser um pouco dolorosa, mas o paciente raramente sente a extracção da medula óssea. Uma vez retirada a medula óssea, o paciente pode voltar para sua casa.

- Outro método usado na extracção de células estaminais envolve a mobilização de células estaminais da medula óssea associado a assistência de agentes de crescimento. Os agentes de crescimento são injectados no paciente e provocaram a entrada das células estaminais na corrente sanguínea. Assim as células estaminais podem ser isoladas e depois retiradas de amostras sanguíneas. Este método é uma boa alternativa ao processo convencionalmente usado.

Extracção de células estaminais amnióticas:

- Antes do início do procedimento, é dada à mãe uma anestesia local, de forma a evitar a dor sentida na inserção da agulha usada para extrair o liquido. Depois, quando a anestesia faz efeito, a agulha é inserida na cavidade abdominal da mãe, passa pela parede uterina, e finalmente no saco amniótico. Com o ultra-som a guiar o medico, é inserida a agulha numa zona afastada do feto de forma a evitar lesões no mesmo e é extraído cerca de 20 ml de fluido amniótico, onde recentemente estudos descobriram que o este fluido é rico em células estaminais multipotentes, com potencial para originar vários tecidos e células entras as quais: nervosas, sanguíneas… etc. O uso de células estaminais amnióticas em vez das embrionárias poderá por de lado as preocupações éticas que se verificam com o uso de células estaminais embrionárias. E assim o desenvolvimento deste novo tipo de células estaminais poderá ser o começo de curas para varias doenças.

Diferenciação Celular nas Células Estaminais

Todos os Tecidos e órgãos são feitos de células vivas. Algumas células providenciam protecção, outras permitem um suporte estrutural que ajuda na locomoção, outras ainda oferecem um meio de transporte para os nutrientes. Todas as células desenvolvidas e funcionais, fazem parte de um sistema organizado – O Organismo.

No entanto cada um de nós é originado a partir de um única célula, o ovo ou zigoto. Pouco de pois de ser fertilizado, o zigoto começa a dividir-se e a replicar-se a si mesmo vezes e vezes sem conta. Um tempo depois, uma massa de células, o blastocisto que contem milhares e milhares de células estaminais, cada célula estaminal é um quarto do diâmetro do zigoto original, mas muito semelhante a este.

Na verdade existem mais de 200 tipos de células, altamente especializadas, que fazem parte do corpo humano. As células da minha da retina do olho são por exemplo muito diferentes estruturalmente e funcionalmente das células que fazem parte do músculo do bíceps.

As Células Estaminais começam as suas transformações em diferentes tipos de células que fazem parte do corpo humano num processo chamado diferenciação celular. Nos vertebrados este processo tem início num estado chamado Gastrulação, que é quando os diferentes tecidos embrionários começam a formar-se pela primeira vez. Tal como a maioria dos processos de desenvolvimento, a diferenciação é controlada através dos genes, as estruturas genéticas codificadas no DNA de cada tipo de célula. Os genes instruem cada célula a quando e como devem de construir as proteínas que as vão permitir criar a sua estrutura, e que finalmente revelará as suas funções, especificas desse tipo de células.

Para grande surpresa, todos os núcleos de todas as células têm a mesma quantidade de genes. Um núcleo de uma célula do coração contém genes de células da pele, assim como os genes que dão indicações às células do estômago de como absorver nutrientes. Isto sugere que para as células se diferenciarem – para se tornarem diferentes umas das outras – certos genes devem de certa forma ser activos, enquanto outros mantêm-se inactivos. No entanto, cientistas percorreram um longo caminho para compreenderem como as células coordenam a melhor altura para activar e desactivar os seus genes. Investigadores têm tido muito pouco sucesso induzindo estas mudanças artificialmente. Ganhando o controlo sobre o processo de desenvolvimento, especialistas acreditam, que poderá eventualmente resultar em curas para uma grande variedade de doenças, incluindo diabetes e cancro.

Ética

Foi em Novembro de 1998 que James Thomson, cientista da Universidade de Wisconsin, informou ter colhido com êxito células de embriões excedentários disponíveis em clínicas de fertilidade e criado a primeira linha de células estaminais embrionárias humanas, ele e outros cientistas desencadearam uma controvérsia inesperada.
Em circunstâncias normais, uma descoberta como esta teria desencadeado uma importante linha de investigação. Porém sucedeu o contrário, pois a descoberta foi envolvida nos meandros por vezes turbulentos, da religião e da política.
Algumas pessoas consideram os embriões membros vulneráveis da sociedade, detentores de direitos, e acreditam que a colheita de células a partir de embriões é semelhante a canibalismo, Chamam a atenção para um admirável mundo novo de «quintas de embriões» e «fábricas de clonagem» para o cultivo de componentes humanos. Defendem igualmente que os cientistas podem chegar aos mesmos resultados utilizando Células Estaminais adultas (células imaturas presentes na medula óssea e noutros órgãos dos seres humanos adultos, bem como no cordão umbilical deitado fora à nascença).
Os defensores contrapõem que as Células Estaminais adultas apesar, embora úteis no tratamento de algumas doenças, não provaram ainda ter capacidade para produzir todo o tipo de células germinativas pelas Células Estaminais embrionárias. Realçam os criopreservadores das clínicas de fertilidade estão repletos de milhares de embriões supérfluos destinados a serem destruídos. Todos esses embriões são mais pequenos que um ponto final. Não possuem características individuais, nem traços de um sistema nervoso. Se os pais concordarem em doá-los, dizem os apoiantes, falta de ética seria não os utilizar na investigação pela cura de doenças.
Em conclusão, poucos criticam as potencialidades terapêuticas das células estaminais embrionárias. E noutro ponto também parecem todos concordar, a possibilidade da humanidade poder controlar os mistérios do desenvolvimento embrionário dirá muito sobre quem somos e no que nos estamos a transformar.

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